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A transformação cultural no trabalho artistico da banda Skank (parte 1)


Por Cadhu Cardoso e Eduardo Negri


                                                                 
                                                  Contexto Histórico

           No ano de 1983, Henrique Portugal e Samuel Rosa começaram a tocar em Minas Gerais, em uma pequena banda de reggae chamada Pouso Alto, junto com os irmãos Dinho e Alexandre Mourão. Após o primeiro grande show, que aconteceu na casa de concertos Aeroanta, em São Paulo, os integrantes do grupo resolveram mudar o nome da banda para Skank.

           Em matéria publicada pela revista Isto É, o jornalista Ivan Padilla diz que, apesar de os garotos da banda negarem, o nome da banda Skank teve origem no nome skunk (que se pronuncia skank). Skunk é como é chamada a maconha potencializada, cultivada em laboratório. Para desfazer qualquer associação, a explicação do grupo é de que, na verdade, o nome faz uma alusão à música “Easy skanking”, de Bob Marley, e que ska é um ritmo jamaicano e skanking seria algo como dançar o ska.

                                                                             Marcelo D2 seguiu a mesma linha

           A explicação acima, cá entre nós, é uma ótima desculpa. Isso se a banda não tivesse sofrido nenhum tipo de influência da indústria cultural. Fica a indagação: Será que se a banda tivesse mantido sua ideologia original, os integrantes se importariam em dizer qual foi realmente a inspiração para o nome do conjunto?

                Outro exemplo de artista que se deparou com o mesmo dilema e que agiu da mesma forma foi o rapper carioca Marcelo D2. Marcelo sempre fez em suas músicas muita apologia ao uso da maconha mas, quando seus adeptos já não eram mais suficientes para garantir uma boa vendagem e lhe trazer um bom retorno comercial, ele também mudou bastante seu discurso.

          Atualmente, Marcelo não fala com tanta autoridade sobre sua escolha a respeito do uso e consumo de drogas. Nas poucas vezes em que toca no assunto, apesar de usuário confesso, Marcelo passa a apoiar a não utilização de entorpecentes. Isto, sem dúvida, é a melhor atitude a se tomar, caso ele queira preservar sua imagem e, também, continuar a impulsionar as vendas da sua nova grife.

          O final da década de 90, início de 2000, pode ser considerado o momento em que aconteceu uma brusca modificação, por parte da banda Skank, no estilo de suas músicas e em seu trabalho. Esta transformação pode até não ser notada facilmente por pessoas que não dão atenção às características que sugerem as influências que originaram o determinado som que faziam. Porém, para os adoradores da banda e para os conhecedores de música, a reformulação no estilo da banda ocorrida em 2000 é óbvia.

          Vejam o que fala o líder do grupo, Samuel Rosa, e como ele reage, ao ser perguntado sobre uma possível transformação no estilo reggae inicialmente por eles pregado. Assistam a um trecho de uma entrevista gravada no Programa do Jô, em 1996. (no vídeo na parte 2 da matéria e reparem o som que faziam e comparem com o som atual do outro vídeo do youtube).

Não concordam? Assistam à segunda parte da matéria no link http://www.cadhucardoso.com/index.php?pg=public&list=1&id=287




Classificação: Ótimo


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