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O tempo passa mas a zoeira contiua a mesma


     

Por Leandro França: Foto e texto

No final da década de 80 e início dos anos 90, quando o Hard Rock (ou Rock Poser Glam) era febre em boa parte do planeta, surgiam bandas a cada hora, especialmente no Estados Unidos. Entre grupos com homens com voz e cara de mulher, pinta de machão e faixas na cabeça, alguns se destacaram pela qualidade de baladas e fidelidade ao gênero.

Uma dessas, o Firehouse, esteve no Brasil neste mês de novembro, participando da festa Hard in Rio, no Circo Voador, que reuniu amantes do gênero, que até então estavam escondidos e parados no tempo.

Com um público razoável, o que se tornou ideal, já que todos que ficaram para apreciar o show eram fãs fiéis da banda e do estilo. A banda brasileira M.A.S.T.E.R.S. abriu a festa. O competente quarteto fez um Hard Rock de altíssimo nível, e surpreendeu o publico. Se a banda compusesse músicas em português, estaria certamente estourada na cena alternativa.
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Em seguida subiu ao palco o divertidíssimo Ted Poley, ex-vocalista da banda Danger Danger, que segue o estilo farofa. Ted cantou ao lado da banda M.A.S.T.E.R.S., incluindo somado a um tecladista de cabelos ao vento. O efeito glam agradou o público, especialmente quando o cantor sumiu do palco e reapareceu com o microfone sem fio, cantando no meio da galera.

Ted Poley ainda teve tempo de subir nas arquibancadas do Circo, cantarolando versos das canções de sua antiga banda, com destaque para “Monkey Business”. Apesar de estar nitidamente fora de forma, o performático cantor deu um show de simpatia, jogando bandanas para a galera com a bandeira norte americana, e trocando de roupas diversas vezes.

Por fim, o Firehouse subiu ao palco e também surpreendeu. Anos se passaram desde o lançamento do álbum homônimo. Pode-se afirmar que a competência da banda ultrapassou os limites etários. O vocalista C J Snare já não tem mais os cabelos longos, mas a voz continua poderosa. A banda abriu o show com “Helpless”, para delírio dos fãs, que balançavam os cabelos, e os gritos só pararam após a terceira canção, a animadíssima “All She Wrote”.

Depois, vieram músicas consagradas como “You’re My Religion”, faixa do álbum Good Acoustics”, além de “ Love of a Lifetime”, “Overnight Sensation” e “Reach For The Sky”, entre outras que a galera poser tinha na ponta da língua. Para esfriar a gritaria, um longo solo de bateria deixou todos estarrecidos com a capacidade do batera.

Cada girada da baqueta no ar, gesto clássico entre as bandas do gênero, era um delírio. Então, vieram “When I Look Into your Eyes” e “I Live My Life For You”, baladas eternizadas na coletânea “Love Metal”, e que tiveram a companhia de centenas de vozes do público. Após a tradicional pausa, eles entoaram “Highway to Hell”, cover do Ac/Dc e que deve estar no próximo cd da banda, só de regravações, e fecharam com “Don’t Treat Me Bad”, mais uma canção que não poderia faltar e era muito aguardada e pedida pela galera presente.

E por falar em presente, os fãs do Hard Rock foram presenteados com a notícia, por parte dos organizadores do show, de que a intenção é realizar o Hard in Rio todos os anos. Quanto aos fãs do Firehouse que perderam o show inesquecível, cabe ao menos uma esperança.A própria banda ficou surpresa com o calor dos brasileiros, e prometeram voltar em breve.


Foto(s) relacionada(s):   Firehouse    


Classificação: Ótimo


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