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Buzzcocks faz show para um púbico morno no Rio


A apresentação do grupo de Punk Rock Britânico Buzzcocks no Circo, na segunda (véspera de feriado), ficou aquém das expectativas. Diferentemente da histórica apresentação de 1995, muitos dos presentes pareciam que não estavam conectados com o som do grupo. Após muitas idas e vindas, os Britânicos voltaram a se apresentar e fizeram questão de retornar ao Brasil, pela segunda vez, para mostrar o novo álbum: Flat Pack.

Com um Circo Voador parcialmente vazio, o grupo começou seu show por volta das duas e quinze da manhã e tocou “Flat Pack”, como forma de cartão de visitas. A resposta do público foi boa mas, não tão entusiasmada. Pode se entender isso com certa facilidade. Muitos presentes eram os chamados punk de boutique; Ou seja, estavam mais interessados em se promover e desfilar do que realmente agitar e curtir clássicos que estavam no repertório como “Noise Annoys” e “Break down”

Considerados e reconhecidos mundialmente por aliarem a energia e a velocidade do Punk com refrões e melodias fáceis de serem assimiladas, certas letras, escritas por pelo líder e vocalista Pete Shelley, chegam, às vezes, a soar engraçadas e outras, apesar do peso das guitarras, depressivas e angustiantes. “You say you don´t love” tocada na apresentação foi uma destas.

O recado que o grupo quer transmitir, como costumam ser as músicas punks, é passado em canções de no máximo 3 minutos ficando como uma espécie de Sex Pistols na fúria contra o Sistema e também como o lendário grupo pop Monkees (Primeira Boys Band a estourar pelo mundo há mais 40 anos). O hiato do show ficou evidente neste aspecto particular. Enquanto os mais novos “pogavam” na pista do Circo por “pogarem”, os mais velhos ficavam à parte, apenas curtindo o som e ligados tão-somente nas músicas antigas, saudosistas e sem se antenarem naquilo que os músicos mostravam de novo.

Entende-se isso pelo fato de aqueles hoje mais velhos, que “incendiaram” a apresentação em 1995, não serem mais garotos. Contudo, o público jovem que lá estava não tinha consciência exata do que se tratava realmente: a chance de ver o grupo, surgido em Manchester, Inglaterra, há 25 anos. Seu vocalista e guitarrista originais Pete Shelley) e (Steve Diggle), o baixista Tony Barber e o baterista Phil Barker, na banda desde 89, influenciaram dezenas de bandas, como os inesquecíveis Smiths, mas a sintonia parecia não ser a mesma com a nova geração.

A apresentação teve ao final o clássico “Ever Fallen” e fechou com “Orgasm Addict”. O tempo é o maior filtro da verdade. Mais uma vez, isso ficou evidenciado ao se ouvirem canções que foram pilares para o hoje, indiretamente, gerou o que é chamado Emo. Com sua força e entusiasmo ficou evidente que nada têm a ver as Patrícias e os falsos lutadores lá presentes com o som e a mensagem passada pelos veteranos dos Buzcocks. Punk Rock sempre teve como lema o “Faça você mesmo” Mas, este lema não se aplica à escolha de grife; ele se aplica sim, à atitude.

Set List
Flat pack
Sell you everything
Reconciliation
Soul survivor
Boredom
Fast cars
I don’t mind
Autonomy
Get on our own
Whatever happened to?
Sick city
You say you don´t love me
Noise annoys
Break down
Love you more
Promises
What do I get
Harmony
Times Up,

BIS
Ever fallen
Orgasm addict


Classificação: Fraco


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