Cadhu Cardoso

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Geral do Tim Festival 2008

A noite de abertura (quinta)do Tim Festival 2008 teve o fabuloso show do saxfonista norte americano, Sonny Rollins. O músico, de 78 anos, apresentou-se por aproximadamente 1 hora e meia de bom Jazz visitando várias fases de sua carreira e, acompanhado de excelentes músicos, fez um show memorável para críticos e fãs.

Noite de sexta-feira e mais Tim Festival. Sem grandes atrações, esta edição não entusiasmou o público quanto em outros anos, efervescentes com a chegada de Strokes, White Stripes, Pj Harvey, Daft Punk, Killers, Artic Monkeys e Björk. A saída de campo de última hora do Gossip e Paul Weller também parece ter contribuído para a redução de público este ano.

Apesar de fazer um show na tenda que simbolizava o fogo, o rapper americano Kanye West não esquentou nem um pouco os ânimos da desanimada platéia. Ao ouvir os rumores do início do show do MgMt, muita gente evadiu em direção às águas calmas do Brooklin, ansiosos para ver ao vivo do que se tratava a comentada psicodelia 70 revivida pelos garotos de Nova Iorque.

Já estava na reta final a apresentação do The National, que teve que disputar a atenção do público disperso com o estridente som que vinha das imediações do West. Pouco conhecidos no país, o grupo minguava meia dúzia de fans que sabiam alguns refrões, intensamente interpretados por um vocal muito parecido com de Ian Curtis.

Mas a galera que se aglomerava ao redor do bar para conseguir, após sôfregas tentativas, degustar um copo de cerveja (já quente), enfim, se voltou para o palco, após quase uma hora de espera ouvindo uma irritante música caribenha. E foi ao som de muita distorção que o MgMt chegou ao festival.

Quem ouviu e curtiu "Oracular Espetacular" o disco de estréia da dupla, então acompanhada por uma trupe bem metaleira, estranhou aquele início muitíssimo prejudicado pela (péssima) qualidade do som, que não nos poupava de um zumbido entre uma música e outra. O sintetizador abafado em nada nos aproximou da atmosfera proposta pela banda. Uma decepção para quem esperava dançar, cantar e viajar ao som de uma das produções mais criativas do momento.

                                         Nome de peso para o próximo ano

Com a melhora do som a partir da metade do show, os pontos altos ficaram mesmo por conta da empolgante "Electric Feel", a baladinha folk "Pieces of what", que rendeu muitos beijos na boca e o hit "Time to Pretend", que não deixou ninguém parado com seu riff contagiante. E nenhuma outra canção teria encerrado tão bem o show, quanto "Kids", que nos deixou com a sensação de quem acaba de assistir um show de uma banda legal, mas que ainda precisa galgar um pouco para chegar ao lugar em que o espetáculo midiático a coloca.

Já na noite seguinte, visuais coloridos e modernosos desfilavam pela passarela que outrora sedia o Fashion Rio, enchendo aos poucos a tenda das "novas raves". Resignados com a ausência do trio liderado pela polêmica Beth Ditto, o Klaxons tornava-se a bola da vez.

Grande nova atração da noite, o quarteto londrino abriu o show com a nova "Bounce", que em termos sonoros, não nos revelou grandes novidades. Mas mesmo que o som não estivesse lá essas coisas, era praticamente impossível não se animar com o repertório pra lá de dançante da banda do namorado de Luiza Lovefoxxx (CSS).

E mesmo pra quem já estava desanimado com as bolas fora do evento este ano, se soltou ao som de "Atlantis to Interzone", "Gravity"s Rainbow", "Two receivers", "Isle of her" e com o delicioso úúúúúú óóó de "Golden Skans", que transformaram a Marina da Glória numa verdadeira festa, que ainda rendeu o um bis com a hilária participação do doidão de cuecas Har Mar Superstar em "Four Horseman of 2012". Enfim, uma festa regular, que para ser superada, ano que vem tem que trazer, no mínimo, um Radiohead.

Por: Leonardo Sales e Cadhu Cardoso

Mais Planeta Terra 2007 e Tim Festival 2008:

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