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Mudhoney traz o grunge de Seatle para a Lapa


     
Do pequeno público que esteve no Circo Voador no sábado para assistir à apresentação do grupo norte-americano Mudhoney, muitos ainda usavam shorts quando o estilo Grunge varreu o mundo no fim da década de 80 e início dos anos 90. E a banda pioneira nesse estilo estava ali frente a frente, visitando o Brasil pela 3ª vez. A primeira foi em 2001, no extinto Ballroom e a última quando abriu os shows da banda co-irmã Peal Jam, em 2005.

Liderada pelo lendário Mark Arm (vocal e guitarra), já com 46 anos, a seminal banda de Seatle, fortemente relacionada ao pioneirismo do estilo grunge, subiu ao palco a uma hora da manhã, para um show de 90 minutos de duração, com direito a um bis. Eles começaram com a famosa “The Money Will Roll”, música que já tocaram ao lado do falecido Kurt Cobain, ícone maior do estilo.

O Circo vazio permitia que fossem criadas rodas para que os fãs conseguissem pogar e tentar subir ao palco para dar um mosh ou um stage dive. Contudo, isto era inviável, pois todos que tentatavam chegar ao palco com este propósito eram imediatamente repelidos por um segurança bruta-montes, com cara de poucos amigos. “É um absurdo isso, uma banda alternativa ficar cheia de não me toques”, disse um dos que pretendiam pular.

Mas e daí? O som continuou rolando. “Here Comes Sickness” e “Suck You Dry” fizeram os fãs mais ardorosos urrarem com o som cru, pesado e com a sonoridade de guitarras sujas e de poucos acordes. O quarteto mostrava que as músicas do novo cd, intitulado Tales of terror (o 8º trabalho da banda), têm menos pegada e influência punk do que os cds anteriores e tendem mais para o lado garage.

E, pelo jeito, os norte-americanos parecem estar no caminho certo. As distorções das guitarras de Mark e Steve Turner são ainda viscerais. A cozinha da banda, a cargo de Guy Maddison, no baixo, e Dan Peters, se mantém bem coesa e alinhada. E como declarou outro fã, Lucas Leão, “É melhor prosseguirem fazendo o som que sempre os caracterizou do que mudar e ficar uma porcaria”.

E ele está certo. A disposição e o tesão, com as pequenas estripulias que mostraram no palco, depois de mais de 20 anos de carreira, deixam bem viva a idéia de que aquilo a que se propõem a fazer, eles fazem de forma bem feita e honesta. O fechamento, com “Fix me”, do Black Flag, provou isso.

Fotos: Fabiane Barretos


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Classificação: Bom


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