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Grão de areia num deserto


     
Riffs ousados, letras poéticas e/ou existenciais de bandas que vão na contramão da tendência emo (dominante na cena pop-rock brasileira), atraíram um público seleto que em sua maioria reconhece o valor da cultura alternativa. Jovens antenados com os movimentos de vanguarda cultural mundo a fora, se reuniram no último dia 1º de agosto num festival que reuniu as bandas Ekoa (lançando seu primeiro CD), Uma nova orquídea em meu jardim alucinógeno e Spllash.

Para quem pensa que a Baixada Fluminense é somente palco de desordem urbana e pobreza, o CEFETEQ de Nilópolis pretende provar que nem só de funk e forró vivem os moradores das áreas “menos assistidas” pelo Estado. Foi lá que aconteceu o Findie Rock, um evento idealizado pela aluna de Produção Cultural Karla Oldane e que teve como proposta levar para a Região temas discutidos no meio independente do Rio de Janeiro.

A tarde do festival foi agitada por uma mesa de debate com o tema: “O que es tá rolando na cena musical no RJ ?” e contou com a presença do produtor musical Rodrigo Lariú e de outros produtores do meio artístico e cultural alternativo do estado.

Apesar do sucesso de público do evento, foi na quadra esportiva da faculdade que os indies da Baixada se reuniam em grupos para aguardar a apresentação das bandas. No palco montado na frente da trave de futsal e abaixo da sexta de basquete, o pessoal da banda Splash dava os primeiros acordes na passagem de som.

Para delírio de um grupinho animado, que não hesita em encarar uma hora e meia de trânsito para ir às festinhas comandadas pelo Dj Edinho na Casa da Matriz, Marcela Rosa, de cigarro na mão e bolero colorido da DocDog inicia a apresentação perguntando “Who took the bomb?”. É a primeira frase do hit underground “Deceptacon” da banda norte-americana Le Tigre, que se vale de temas como feminismo, política e cultura gay em suas letras.

O Splash surgiu há um ano de uma idéia do guitarrista Vitor Bambino (que abusa sem medo no visual retrô). Com influências que vão de Rolling Stones a CSS, passando por Stoogies, o nome é uma onomatopéia que serve pra muitos barulhos, brinca. A banda é formada ainda por Fabiano Santtus nos sintetizadores, Tiago Gentilez na batera e Pamella Turque no baixo. Com um repertório que alterna muita distorção, com batidas eletrônicas, a banda empolga com suas letras “garota-sex-porra-louca” e ainda arriscam um cover da banda Blondie, ou seja, é a cara da música 00 com um pezinho (ou uma perna) nos 90.

Por: Leonardo Sales

Link referente à matéria: http://www.myspace.com/bandaspllash

Foto(s) relacionada(s):   Festival de independentes    


Classificação: Bom


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