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Será a Internet a solução para a crise no Mercado Fonográfico? Fotos: Alexandre Moreira Breve Perfil: Beto Feitosa é jornalista, formado pela PUC/Rio, produtor de sites e com um histórico rico e de muitos trabalhos na área de Comunicação. Cadhu Cardoso: Nos sites com os quais trabalha http://www.ziriguidum.com/, www.mpb.com e o seu próprio, http://www.betofeitosa.com/, com qual conteúdo e estilos específicos lida? Beto Feitosa: Os dois sites são focados em música brasileira. Ziriguidum é um veículo que já tem 12 anos de existência e sua pauta não leva em consideração as normas do mercado. O diferencial do site é apostar em artistas de qualidade e nos que investem em criatividade e ousadia. Ziriguidum aposta no diferente, dá espaço para o novo e ao independente. Já o MPB.com é uma comunidade (assim como são comunidades o Orkut e o Myspace entre outros). O trabalho que faço é de direção artística. Fui convidado para esse trabalho exatamente pelo perfil de Ziriguidum, de ter esse foco em novos artistas e outros que não encontram espaço necessariamente na mídia. A internet é um caminho em que a gente pode agrupar pessoas interessadas em ninchos específicos. Eu tenho esse público em Ziriguidum e estou levando para MPB.com. Por sorte, vejo que a cada dia mais tem gente interessada em conhecer o novo e o diferente. A internet facilita esse movimento contra a pausterização. A música brasileira é muito criativa e ao contrário do que dizem está vivendo um grande momento, com muita gente bacana produzindo coisas boas. Eu mesmo que vivo isso 24 horas por dia me surpreendo sempre com gente nova que aparece por ai. A troca que acontece é de mão dupla. Quando um artista escreve me agradecendo a divulgação eu sempre digo que é ao contrário. Eu que agradeço a oportunidade de falar sobre algo em que acredito e valorizo. Nem é obrigação, é prazer. O grande prêmio é quando alguém vem me dizer que conheceu um artista por causa de algo que escrevi e gostou. Ai vejo que o objetivo foi bem realizado. Cadhu Cardoso: O que sites buscam e o que lhes é atraente? Beto Feitosa: Esse perfil de não se pautar pelo mercado. O artista que está em primeiro lugar nas paradas e o que está ainda batalhando pra gravar seu disco tem o mesmo espaço. A gente não pauta pelo número, e sim pela qualidade. A gente busca descobrir o novo, valorizar os criativos e resgatar grandes - e imperdoáveis - personagens que estão esquecidos. Cadhu Cardoso: De que forma é feito o relacionamento com os leitores? Beto Feitosa: Todos os e-mails são respondidos em curto espaço. Também abrimos espaço para que os leitores comentes os discos que apresentamos. Há cerca de um ano também abrimos espaços de relacionamento de Ziriguidum nas comunidades. Começamos pelo orkut e agora estamos também na MPB.com. Esse relacionamento cria proximidade com nosso público que dá sugestões, elogia, critica... Cadhu Cardoso: Como os sites divulgam artistas, bandas, shows e trabalhos dos mesmos? Beto Feitosa: A internet é um espaço democrático. O artista sozinho em casa pode compor, gravar sua música e colocar pra ser ouvida. Se conseguir chamar atenção de um público bacana e formar um grupo de fãs, o artista tem como fazer shows, discos, viajar... tudo sem depender da mídia. Claro que existem casos e casos, mas as possibilidades estão aí. Cadhu Cardoso: Como os sites relacionados à música têm sido usados para superar a crise que atinge a indústria fonográfica? Beto Feitosa: Ninguém sabe como a música vai ser comercializada daqui pra frente. As únicas certezas são de que o modelo ate entao conhecido está falido. E de que a saída é a internet. Mas a partir daí ninguem sabe ainda onde vai dar. São todos chutes, previsões e palpites. O meu é que a música daqui pra frente vai ser gratuita para o consumidor final. O ouvinte não vai mais pagar pela música. O dinheiro vai vir de investimentos da iniciativa privada. Com essa realidade digital que a gente tá vivendo não tem mais como controlar o comércio como era antes. Cadhu Cardoso: De que forma os sites acima e outros que conhece conseguem ajudar os artistas a popularizarem seus trabalhos, seus shows e a falta de suporte das gravadoras em apoio aos novos nomes e também aos já conhecidos? Beto Feitosa: Sites de informação são importantes na divulgação. Cada vez mais o público vai procurar os veículos que se assemelham ao seu gosto. Quem é de música eletrônica, quem é de forró, quem é de rock... todo mundo tem suas fontes de pesquisa. Hoje em dia é tudo mais fácil. Já as comunidades e outros sites de relacionamento oferecem um corpo-a-corpo direto do artista com o público. Sem intermediários. Tem espaço pra todo mundo! E os já conhecidos a mesma coisa. Eles são os que mais sofrem com pirataria. Em compensação podem fugir de esquemas de jabás divulgando a música através de sites, emails, comunidades... e o que for. O conceito de rádio que toca é esse: O ouvinte fica passivo ao que ouve e ao não existe mais. Agora quem se interessa vai procurar seus artistas preferidos e vai saber onde encontrar. Cadhu Cardoso:Valeu, Beto e boa sorte nessa nova fase da música. Links relacionados ao assunto: http://www.cadhucardoso.com/index.php?pg=public&list=1&id=50 http://www.cadhucardoso.com/index.php?pg=ent&list=1&id=86http://www.cadhucardoso.com/index.php?pg=public&list=1&id=50 Foto(s) relacionada(s): Entrevista com Beto Feitosa (Diretor Musical de Sites) Classificação: Deixe aqui seu comentário - Recomende este artigo! « Voltar |
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