Cadhu Cardoso

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O bom velhinho Ozzy Osbourne continua folclórico, carismático e empolgante

Antes do show começar no HSBC Arena na última quinta (03/04, às 22:20,) e antes de subir ao palco, , Ozzy Osbourne, por meio do alto-falante, já pilhava os fãs com frases do tipo "Vocês estão realmente loucos?". O público de, aproximadamente, 12.0000 pessoas que lotava a casa, não se fazia de rogado e respondia com gritos e muita empolgação em vê-lo de tão perto.

Então, o senhor de 59 anos, que comia cabeça de morcego no palco e hoje exige água e queijo branco em suas refeições, foi recebido efusivamente e abriu o show com “I Don’t Want To Stop”, de seu último álbum, “Black Rain”, lançado em 2007. Daí por diante foi uma festa e uma farra só, com o lendário ex-líder do grupo de metal Black Sabath, bem alucinado como estivesse no Reality show “The Osbournes”, jogando baldes de água em cima dos fãs e mostrando o traseiro para os fãs que o aplaudiam entusiasmadamente.

Depois das boas apresentações dos grupos Black Label Society (banda de seu guitarrista Zakk Wilde) e Korn, que acompanham na o cantor inglês em turnê, Ozzy sabia que tinha chegado a hora de mostrar o porquê da noite ser tão esperada. Era o momento de revê-lo Ao Vivo em terras brasileiras após 10 anos. E ele não jogou para perder. Levou clássicos do Sabbath como "Iron Man", "War Pigs" e outras marcantes de sua carreira como "Mr Crowley", "Coming home" e "Bark at the moon", além de "No more tears", com solo inesquecível de guitarra do marrento Zakk. A ótima qualidade do som da casa colaborou muito para que as músicas fossem ouvidas com precisão.

O mesmo Zakk do solo inesquecível de várias canções pareceu não mostrar tanto apreço pelo instrumento que domina com destreza. Ingenuamente, ao fim de “Paranoid” (música que fechou o show), jogou sua bela guitarra para a platéia, que ao não a devolveu. O guitarrista, então, desceu para o meio do público, a fim de recuperá-la, já totalmente destruída, o que o deixou bastante exaltado.

Para quem não conhece Ozzy, não acompanha sua carreira e nem mesmo o viu no Reality show da MTV, programa que lhe deu popularidade entre os mais jovens, fica difícil entender o contexto de suas apresentações. Mas aqueles que o conhecem, pelo menos parcialmente, sabem que todas estas Bizarrices só fazem sentido com ele. E o barato é exatamente isso. Ele é consciente de que tem um lugar definitivo na galeria dos grandes roqueiros, por um passado tão rico musicalmente. Contudo, há alguns anos ele já sabe que não é mais o mesmo, não tem o mesmo fôlego e nem disposição mas, em vez de se lamentar com a velhice natural da vida, ele chuta o balde e mostra que é uma referência, em vários quesitos.

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