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My Chemical Romance enlouquece os fãs em seu show no Rio de Janeiro


     

 O começo da turnê da banda americana My Chemical Romance pelo Brasil na última sexta ficou marcado pelo fanatismo de seus fãs adolescentes (vários deles acompanhados dos pais) e pela imprudência da organização do espetáculo. Um bom público encheu o Vivo Rio, mas ficou abaixo do esperado, devido ao salgado preço dos ingressos. O ingresso de pista, por exemplo, custava R$ 90,00, já contando com carteira de estudante. Mas e daí? Aqueles que compraram ingressos reclamaram do preço, porém o que queriam mesmo era cantar, curtir e vibrar com sua banda favorita.

 Só que esta intensa vibração de alguns, posicionados bem próximos ao palco, gerou, uma interrupção logo após a segunda música do show, a canção “Disappear”. Aí, a apresentação teve que ser interrompida por aproximadamente 18 minutos, quando o show ainda começava a aquecer. O motivo foi a quebra de duas grades de proteção que separavam o público do palco, grades estas que os seguranças garantiram no início do alvoroço que eram firmes, mas que acabaram por não resistir à pressão de teenagers mais empolgados.

 “Se há risco, tem que parar mesmo”, declarou Edson Eduardo que acompanhava sua filha Amanda Muylaert de onze anos. Contudo, mesmo com a interrupção, Amanda e os demais não perderam o entusiasmo. E o grupo voltou ao palco de forma certeira disparando o hit “Not ok”. Daí para frente foram hits, hits e hits. Mas os que não são hits radiofônicos eram também muito familiares para grande parte dos que lá estavam e foram cantadas em uníssono, do início ao fim.

 Com 3 cds na carreira, The Black Parade é o elogiado e último trabalho que lançaram e que os trouxe para ser divulgado no Brasil. Durante, aproximadamente, uma hora e meia (sem contar a parada) a banda liderada pelo carismático vocalista Gerard Way tocou as músicas dos 3 álbuns e fez os jovens, a maioria na faixa de 10 até 30 anos, se acabarem de gritar, se esgoelar, deixando algumas pessoas chorando com a concretização do sonho de ver seus ídolos tão de perto.

 À parte o devaneio juvenil, é fato que a banda de New Jersey tem o seu valor. Ao final, levaram um dos seus primeiros sucessos: “Helena”. Gerard agradeceu pela recepção calorosa e fez questão de dizer: “Parabéns pela bela cidade em que vivem. Vocês cariocas são demais”. A banda tão rotulada de Emo fez por validar a indignação de seus integrantes com o rótulo que recebem. O som que o baixista Mikey Way (irmão do vocalista), Frank Lero e Ray Toros (guitarras), Bob Bryar (bateria) e James Dewees (teclado) fazem tem peso e força.

 Ao vivo, a música fica com mais impactante do que quando se ouve em casa ou se vê na TV. As letras sombrias e melancólicas ganham diretriz e a maquiagem que usam faz sentido por combinarem com a mensagem que desejam transmitir e com as luzes que usam no palco durante os shows para se criar uma atmosfera dark. Há, então, uma sintonia do deprê que produzem com aquilo que querem transmitir, passando vitalidade, dinamismo e empolgação, típicas do Indie Rock, como se viu na seqüência que levaram com “Cemetery”, “Black Parade” e “I don´t love you”. O resto é conversa.

 De fora do repertório, os mais aficionados sentiram a falta de “Ghost of you”. Mas, pela ovação que receberam ao deixarem o palco e pela satisfação com que seus seguidores subiram as escadas para deixar a casa de shows do Aterro do Flamengo, pareceu que tudo foi da maneira que esperavam e que queriam e ficou a impressão de que viram o show mais marcante da vida, nestes poucos anos que têm de existência.

Fotos: Paula Giolito
     http://www.ideias.org.br/paulagiolito/

Abaixo, só uma pequena mostra do show.





Foto(s) relacionada(s):   My Chemical Romance ao vivo no Rio    MCR no Rio    


Classificação: Bom


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