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Police corresponde às expectativas e faz um grande show no Maracanã


      
   
  
O show de abertura dos Paralamas do Sucesso, acompanhados do guitarrista Andréas, da banda Sepultura foi só um aquecimento para o momento tão esperado pelos mais de 70.000 fãs que estavam presentes ao Maracanã, no último sábado, para o aguardado show da banda inglesa The Police em palcos brasileiros, após 25 anos.

Apreciando os telões com ótimas definições, em um show muito bem estruturado para um espetáculo deste porte, perto do que estamos acostumados, foi com muita energia que o público recebeu Sting (baixo), Andy Summers (guitarra) e Stewart Copeland (bateria), para o último show deste ano, da turnê Reunion Tour. Pontualmente, subiram ao palco às 21:30 e abriram o show com a famosa “Message in a bottle”, do álbum Reggatta De Blanc, de 1979 e sacudiram a platéia.

Daí por diante, foram perfilados sucessos e hits como “walking on the moon” "Don´t stand so close to me" para delírio do público cuja faixa-etária, no gramado, era de 25 anos para cima mas nas cadeiras especiais caía para a casa dos 16 anos. Estes, os mais jovens, estavam acompanhados dos pais, seguidores da banda desde a década de 80, e que passaram esta adoração para os filhos.

O show deu uma pequena amornada quando canções menos conhecidas vide “Voices inside my head” e “Synchrnicity II” foram levadas pela banda. Enquanto isso, globais circulavam pela área Vip do estádio e anônimos iam comprar cerveja. Mas a massa continuava receptiva e a vibrar intensamente. Ao ouvir os acordes iniciais de alguns dos clássicos da carreira, aqueles que saíram em busca da cerveja tiveram que apertar o passo quando “So lonely” começou a rolar no áudio do Maraca.

O interessante era notar que belas músicas como “I will be wrapped around your finger”, emendada com “De do do de da da da”, ficavam ainda mais bonitas e empolgantes, devido ao imenso cuidado dos músicos que dispensaram toda a atenção na sutileza de pequenos detalhes visando enriquecer as músicas que apresentavam. A resposta dada pela multidão foi bem-vinda e Sting afirmou em bom português: “Que saudade”.

Desde a vinda da banda ao Rio, em 1982, muita água rolou. Os músicos continuam em forma, mas seus cabelos embranqueceram e as rugas surgiram. O líder da banda, Sting, fez carreira solo, se aproximou do jazz e até mesmo do Cacique Raoni, na sua famosa viagem à Amazônia. Os demais integrantes desenvolveram seus trabalhos individualmente e/ou junto a outros músicos de diferentes gêneros musicais e o mundo foi mudando. Quando, há 25 anos, poderíamos imaginar que a China estaria prestes a se tornar a 3ª maior economia do planeta e a derrubar a supremacia da Alemanha?

O trio percebeu estas mudanças e, apesar de certas desavenças, soube muitíssimo bem dissociar as coisas, dar uma atualizada no som que fazem e levar entusiasmo para todos que lá estavam. “Every little thing she does is magic” foi um exemplo disso. Com a pegada Pop inconfundível, que a tornou um grande sucesso, fez o público dançar e “viajar” nas variações que fizeram dentro da música, deixando-a com uma outra roupagem, mas sem perder a sua originalidade.

O grupo também fez questão de mostrar sua indignação diante das vicissitudes que milhões de pessoas atravessam no mundo de hoje, por meio de imagens e com a música “Invisible sun”.

O show ainda contou com dois bis. No primeiro, tocaram “King of pain”. Depois, “Roxanne”, que mostrou o quase sessentão Sting com a mesma voz marcante e inconfundível. Em seguida, a balada “Every breath you take”, para delírio dos casais. O público não ficou satisfeito e exigiu que a banda voltasse novamente ao palco. Os britânicos não se fizeram de rogados e retornaram para o arremate final, ao som do “Next to you”, onde mais uma vez se constatou o talento e a musicalidade que possuem.

Talvez, muitos tenham saído satisfeitos, mas não tão contagiados. Sem papos filosóficos ou religiosos, o fato é que a roda da vida gira e avança. Recorrendo ao antigo ao bordão: “Quem vive de passado é museu” e se Elvis is dead, o Police ainda está bem vivo.



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Classificação: Excelente


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