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Arnaldo Baptista: A volta por cima de um gênio que foi ao fundo do poço mas que conseguiu se recuperar



      Muitas são as expressões que poderiam representar a história de Arnaldo Baptista, ex-Mutantes. Contudo, uma é bem apropriada, após eu ter visto e me emocionado com o ótimo documentário Loki-Arnaldo Bapitista. Em poucas palavras, antes tarde do que nunca, já dizem os mais velhos.

      A película produzida pelo Canal Brasil e dirigido por Paulo Herique Fontenelle passou por diversos festivais nacionais e estrangeiros, como o de San Francisco,o da Argentina,o de San Diego e o de Seattle ganhando prêmios e críticas elogiosas. O filme, que fala sobre a vida e a obra do Arnaldo Baptista, é um mergulho profundo na vida e na genialidade deste homem que é um dos mais criativos, inventivos e instigantes músicos do Brasil, em todos os tempos.



         
      Obras-primas como a sublime canção "Balada de um louco" (assistam ao vídeo), além do nascimento e do estouro da banda pulistana, o romance de Arnaldo com Rita Lee, a separação da banda e a queda do músico no ostracimo não deixam de ser relatadas em detalhes. E o mais importante: com depoimentos do próprio Arnaldo, de seu irmão Sérgio Dias e de personalidades do meio musical brasileiro que acomapanharam a banda de perto, nas suas duas fases, como o cantor Gilberto Gil, um de seus admiradores mais entusiatas. O falecido Kurt Cobain, ex-vocalista do Nirvana,e que conheceu a obra da banda quando veio se apresentar no país em 1993, foi mais um dos grandes nomes impressionados por seu talento.

      Após deixar os Mutantes, Arnaldo lança seu disco solo, intitulado “LOKI”. O álbum é, ao mesmo tempo, fortemente depressivo e também genial. A inventividade, o experimentalismo e o talento do artista se condensam de forma magistral. Rita Lee, grande amor de Arnaldo Baptista, não relata e nem tece comentários no filme, sobre coisa alguma. Possivelmente, não havia como encaixá-la depois de se ouvir as declarações e os desabafos de Arnaldo, seu ex-parceiro, em todos os sentidos e de Rita ter desvalorizado o retorno da banda.

     A volta por cima, publicamente, deste grande nome do tropicalismo, que desde o ínicio recebeu a força e a dedicação de sua esposa Lucinha Barbosa, culminou com a aclamação dos Mutantes em um show em Londres, com Zelia Duncan nos vocais, em 2007. O show de comemoração do aniversário da cidade de São Paulo (seus 453 anos) reafirma o quanto Arnaldo Baptista nunca saiu da mente daqueles que sempre apreciaram seu trabalho e que sabem que ele foi fundamental para o ponta pé inicial da história do rock nacional.


Foto(s) relacionada(s):   Documentário sobre Arnaldo Baptista é registro justíssimo    


Classificação: Excelente


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