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Barão voa alto na despedida da turnê do Rio


O show de despedida da turnê do álbum MTV – Ao Vivo em palcos cariocas, na última sexta, no Vivo Rio, foi gravado ao vivo não só por ser o último da turnê, mas também pela importância que teve na história de uma das mais famosas e conceituadas bandas do rock nacional. Brindando o público com algumas músicas fora do roteiro original do show, seus músicos vieram propostos a deixar guardadas boas lembranças deste projeto que se tornou álbum e DVD e teve boa repercussão entre mídia e público.

Vestindo uma camisa preta com o nome da lendária banda de heavy metal Black Sabath, os artistas já começaram o show a todo vapor. “Maior abandonado”, um de seus grandes sucessos, foi a primeira canção. Estiveram presentes no “set list” músicas de todas as fases da carreira do Barão. Algumas delas não são tão comuns de serem tocadas ao vivo, como uma canção tirada do álbum Carnaval (1988), composta pelo ex baixista do Grupo, Dé Palmeira, e por Humberto Gessinger, dos Engenheiros do Hawaii. De acordo com o que declarou o próprio Roberto Frejat, ela só foi tocada ao vivo quando a banda divulgou o lançamento do referido álbum. Contudo, clássicos como a inebriante “Beth Balanço”, “Pedra, flor e espinho” e “Meus bons amigos” estiveram presentes para saciar o gosto dos fãs.

A apresentação representou o fim da turnê, que começou em 2004. Por conta disso, Frejat convidou a todos para dançarem e curtirem ao máximo o show. O convite foi prontamente aceito e, com o seu rock and roll vigoroso, que fez a banda ser chamada de “Rolling Stones brasileiros”, seus músicos perfilaram uma lista de sucessos: alguns do início da carreira como “Por que a gente é assim?” (Cazuza) e outros da fase mais recente como “A chave da porta da frente”(Frejat e Leoni).

O blues “Down em mim”, do primeiro disco (Barão Vermelho de 1982), e a balada “O poeta está vivo” (Frejat e Dulce Quental), foram acompanhadas em bons brados pelo público. “Codinome Beija-flor”, música que teve a presença virtual de Cazuza em conjunto com a banda, pontuou alguns dos melhores e mais emocionantes momentos da noite. Na platéia do show esteve o maior incentivador e parceiro do grupo, o jornalista Ezequiel Neves que aplaudiu com entusiasmo a homenagem. O “Tempo não pára” (Cazuza) também foi lembrada e tocada de forma pungente com a união dos Guitarristas Frejat e Fernando Magalhães, e do baixista Rodrigo Santos, com destreza e em perfeita sintonia.

“Declare Guerra”, do álbum Torre de Babel (1986), primeiro disco depois da saída de Cazuza, teve uma interpretação impactante e foi enriquecida com um belo solo na percussão de Peninha e pela batida voraz de Guto Goffi na bateria. A seguir, os músicos relembraram “Vou apertar”, gravada pelo sambista Bezerra da Silva e também pelo próprio grupo carioca, diante de uma platéia em polvorosa, embevecida e feliz.

Utilizando diversos instrumentos como violão de 12 cordas e bandolim e com seu admirável vocalista Roberto Frejat, tendo apoio nos vocais do guitarrista Rodrigo Santos e do baixista Fernando Magalhães, o Barão Vemelho dirigiu o show efusiva e fervorosamente. Com a boa acústica da casa, que desta vez, não comprometeu, o Barão soube explorar de forma aprimorada a sonoridade em hits dançantes como “Pense e Dance” e “Puro Êxtase”(Guto Goffi e Maurício Barros) que fecharam a apresentação. Aos gritos de Barão, o guitarrista e líder da banda Frejat retornou com o grupo e dedicou “Amor, Meu grande amor” aos namorados. Ainda em clima bem “light”, seguiu-se “Bilhetinho azul”, também do primeiro disco, que recebeu o fino trato de Maurício Barros nos teclados e precedeu aquela que realmente encerraria o show: a arrebatadora “Pro dia nascer feliz”, cantada calorosamente por todos na casa.

O Barão interrompe suas atividades para férias. Conforme declararam os próprios componentes, esta parada é “para sustentação e continuidade da banda” e, igualmente, para desenvolver projetos de seus músicos”. Eles, porém, prometem voltar no futuro, com o mesmo pique e com novos trabalhos, no intuito de não deixarem seus fãs órfãos e de os fazerem continuar a ver o dia nascer feliz.


Classificação: Excelente


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