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A redenção de David Mattews Band no Rio de Janeiro após sete anos


  


Da última vez que alguém os viu pisar em um palco no Brasil foi há sete anos, no Rock in Rio 3. Desde então, os fãs da Dave Matthews Band estão com um gostinho de quero-mais entalado na garganta. Apesar de ter declarado algumas vezes junto à imprensa que o Brasil é um dos lugares onde mais gostam de se apresentar, o itinerário agitado da banda americana (em média 100 shows por ano) os manteve afastados daqui até o show de terça (30/09) no Vivo Rio.

Mesmo depois da confirmação da turnê sul-americana os fãs não ficaram completamente satisfeitos devido a um desfalque. O saxofonista LeRoi Moore, membro-fundador da banda, sofrera um acidente de quadriciclo e estava em estado de recuperação. Durante a turnê a banda e todos aqueles que a acompanham receberam a má notícia, LeRoi falecera apesar de ter mostrado sinais de resistência.

Mesmo com todo o peso a banda não cancelou a programação no Brasil: um show em Manaus e um em São Paulo pelo About Us, festival similar ao Live Earth, e um show no Rio de Janeiro, exclusivo da Dave Matthews Band.

Apesar de ser numa terça-feira e apesar da bagatela de 240 reais por ingresso todos os que foram postos à venda se esgotaram. Aproximadamente 6000 (seis mil) pessoas compareceram ao show que começou quase que pontualmente às nove e meia da noite. Para alguns dos espectadores era a primeira vez que via a banda ao vivo já que a espera fora de sete anos, e depois de tanto esperar, os músicos entregaram a redenção com um set list de cair o queixo. Os jams característicos de muito bom gosto levaram a platéia ao delírio.

Mais de três horas de boa música

O vocalista, violonista e líder da banda que leva o seu nome, Dave Matthews (David John Matthews) é particularmente conhecido pela emoção e envolvimento com que toca suas próprias músicas. E foi assim que ele abriu o show, com uma performance emocionante de Bartender, música que leva o nome da profissão que Dave tinha em font, EUA, antes de formar a banda.

As três horas e dez minutos que se seguiram foram de puro bom gosto. A banda que trazia três reforços, o saxofonista Jeff Coffins que substituiu LeRoi Moore à altura, o trompetista Rashawn Ross e o velho conhecido Tim Reynolds na guitarra, não economizou nos jams em cada uma das músicas que tocou.

Guiados pelo incrível Carter Beauford na bateria, que não pára de rir por um segundo e para quem Dave sempre olha ao final das músicas, o violino surreal de Boyd Tinsley, o baixo animado de Stefan Lessard, e o violão frenético de Dave, que deu palhas de dança contemporânea no palco e ensaiou um português tímido, tocaram músicas clássicas como "Ants Marching", "So Much to Say", "#41" (assista ao vídeo acima tirado do Rock in Rio 3), "Grey Street", "Jimi Thing" e um final com chave de ouro depois de um jam alucinante em "Two Steps".

O público brasileiro mostrou o porque da banda gostar de tocar aqui. Completando trechos de música em uníssono e cantando junto com Dave Matthews todas as músicas, os espectadores deixaram o cantor claramente emocionado. Além disso, a DMBrasil, site oficial da Dave Matthews Band no Brasil, organizou uma homenagem à LeRoi Moore, foram distribuídos balões brancos a todos na platéia.

Conhecidamente, a banda leva algum tempo para voltar ao palco para o bis e, durante este tempo, todos encheram os seus balões e gritaram o nome do saxofonista. A banda voltou ao palco para encontrar uma platéia mobilizada e emocionada. Com certeza tais demonstrações de carinho pesarão para a banda na hora de decidir a próxima vinda ao país. Sem dúvidas nenhuma os fãs não estão prontos para esperar mais sete anos depois de um show incrível como este.

Por: Gustavo Amaral

Fotos: AgNews



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Classificação: Excelente


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